sexta-feira, 6 de maio de 2011

Aham, Lady Gaga, senta lá

Houve uma época em que os clipes da Lady Gaga eram irreverentes e criativos, verdadeiros sucessos em termos de originalidade. "Paparazzi" e "Telephone" são, provavelmente, os melhores da carreira dela. Ambos contam uma história e, aliás, um é continuação do outro. Em "Paparazzi", ela mata o namorado e é presa. Em "Telephone", ela é salva da prisão por ninguém menos que Beyoncé, e no final do clipe aparece escrito "To Be Continued" e houve rumores de que "Alejandro" seria a tal continuação de "Telephone", que Gaga fugiria para o México e coisas assim.

Bem, nos decepcionamos. E muito. "Alejandro" além de não ser uma continuação de "Telephone", ainda era tosco e sem muito sentido. Desde então, os clipes da Gaga vêm nos desapontando cada dia mais. "Born This Way" prometia ser o hino de uma geração, mas não foi bem assim. É claro, a música e a coreografia são ótimas, mas o vídeo é um verdadeiro fiasco.
Eis que ontem "vazou" (ainda existem clipes/álbuns/músicas que vão ao ar em suas datas de lançamento oficiais?) o mais novo clipe de Lady Gaga, "Judas". Mas nesse caso, não se salva a letra da música. "Eu sou uma tola sagrada, ele é tão cruel, mas eu ainda estou apaixonada por Judas". Ok.

Parece que ela fez só pra causar uma polemicazinha mesmo, apelando pro lado religioso, o que nos faz perguntar onde foi parar a criatividade da Gaga.

Letra a parte, vamos ao clipe. 
A primeira cena são vários motoqueiros e isso te faz pensar se vale mesmo a pena continuar a assistir ao clipe. Fica meio que claro que é uma referência à capa do álbum Born This Way, mas ainda assim não tem nada a ver e é completamente fora de contexto.

'Cause baby, I was born this way, like a motoca.

Encontre a Lady Moto Gaga


Ok, essa cena é bem aleatória. Primeiro porque, como eu já disse, não tem nada a ver com nada, nem com o clipe, nem com a letra, nem com a música.

Que isso, minha filha?
Essa cena é uma das fortes concorrentes ao prêmio de mais tosca do clipe. Lady Gaga com uns apetrechos esquisitos e um cara com cara de vômito e coroa de espinhos. Deixa eu ver se eu entendi, ela é a Maria Madalena, o cara é Jesus e ela está apaixonada por Judas, confere, produção?
Parece que a ideia do clipe era essa mesmo. O que decepciona, principalmente pra quem está acostumado com os clipes antigos mas bem bolados da Lady Gaga, porque a ideia não funcionou muito bem. 
Fazer um clipe com uma pegada meio religiosa misturada com pop e uma tentativa de irreverência não combinou, ficou caricato e tosco.

O que salva no vídeo é a coreografia impecável. Segue a vibe da música, que também é bem ouvível e dançável apesar da letra mal elaborada e apelativa. O resto são cenas ridículas e sem sentido. Revólver de batom (what the fuck?), um mini-tsunami, Maria Gaga Madalena sendo apedrejada e chorando no final do clipe (ela vai chorar no final de todos os clipes desse álbum?)

Parece que Lady Gaga decidiu que fazer clipes sem nexo e que só fazem algum sentido pra ela mesma é algo interessante e legal. Pode gerar uma grande polêmica o jeito diferente dela se vestir, por exemplo, mas tanta excentricidade assim em videoclipes acaba sendo um tiro no pé, porque ninguém entende muito e o papel de um clipe é transmitir de forma visual a mensagem que a música passa, geralmente, ou relacionar a música com o vídeo de alguma forma. Não é o caso de "Judas" e de nenhum outro clipe de Lady Gaga desde "Alejandro".

Enfim, esperamos ansiosos por uma continuação de "Telephone" à altura de "Telephone".

quinta-feira, 21 de abril de 2011

A Garota da Capa Vermelha (2011)

Direção: Catherine Hardwicke

É um dos filmes mais esperados do ano, primeiramente pela proposta de mostrar um lado mais romântico e adulto do clássico Chapeuzinho Vermelho, e segundo por ser da mesma diretora do sucesso Crepúsculo.
Primeiramente, achei a tradução do título meio comercial demais, para "Red Riding Hood". Tudo agora é "A garota/o garoto" alguma coisa, vide "A garota que roubava livros, que não sabia ler, do livro, dos pés de vidro, O garoto do pijama listrado, da casa ao lado..." Enfim, mas o filme não tem culpa disso, já que a tradução é responsabilidade da distribuidora aqui no Brasil.

Voltando ao filme em si, conta a história de Valerie (Amanda Seyfried), uma jovem que vive em um vilarejo com seus pais e irmã. Ela acaba de ser prometida em casamento para Henry (Max Irons), um rapaz rico do vilarejo. No entanto, ela é apaixonada pelo lenhador Peter (Shiloh Fernandez) e os dois decidem fugir, mas o ataque de um lobisomem, que mata a irmã de Valerie, atrapalha os planos de fuga dos pombinhos.

O enredo do filme circula em descobrir quem é o lobisomem, quando durante um ataque ao vilarejo, ele conversa com Valerie e promete que só abandonará aquele povo se ela for embora com ele. Isso torna o filme completamente caricata e ridículo. Um lobisomem perigosíssimo e violento que de repente se torna bonzinho e se preocupa com a protagonista? Acho que conheço essa história de algum lugar, hein, Jacob?
O lobo perde completamente sua autonomia original e você perde completamente o medo dele nesse ponto do filme.
As suspeitas começam a girar em torno de vários personagens, como Henry, Peter ou a própria avó da garota. Desculpem, talvez isso soe como um spoiler, mas não é.

Se eu pudesse definir o filme com uma palavra, ela seria "injusto". É tudo muito corrido (e, por esse motivo, vazio), personagens de quem você acaba gostando acabam morrendo por motivos frívolos e inesperados, a protagonista que é muito boa atriz é tão songa-monga e inerte quanto a Bella de Crepúsculo e não diz a que veio (talvez seja mal de personagem... ou de diretora), e segue a mesma fórmula vamos-fazer-sucesso-com-dois-pretendentes-maravilhosos-querendo-a-mocinha utilizada na saga Crepúsculo.

O filme tem muito suspense e pouquíssima ação. Tem vários indícios de romance, mas nenhuma cena realmente romântica. Promete uma história bem desenvolvida de tirar o fôlego, mas não cumpre, encaixando apenas cenas ligeiramente apreensivas e, mais uma vez, injustas. E o final é do tipo que eu odeio: indefinido e ambíguo. Você tem que ficar deduzindo o que aconteceu com as personagens e fica se perguntando se vai ter uma continuação (chamada de "Lua Cheia", talvez?)

Tinha tudo pra ser um grande filme, talvez vencedor de vários prêmios pela excentricidade do contexto e das referências que faz à obra original, mas deixa muito a desejar provavelmente por culpa da direção que, assim como em Crepúsculo, tornou o filme tosco e comercial demais, sem se preocupar muito com a arte de causar impacto, dominada por muito poucos na indústria cinematográfica atual.

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Links
Trailer legendado - http://bit.ly/gMSZy4

domingo, 17 de abril de 2011

Pânico 4 (2011)

Direção: Wes Craven

Onze anos depois do terceiro filme da franquia "Scream", eis que vem às telas a quarta edição do super sucesso.
Sidney Prescott (Neve Campbell) está de volta a Woodsboro, a cidade onde ocorreram os massacres dos filmes anteriores. Ela está lançando um livro de auto-ajuda chamado "Saindo da Escuridão", no qual conta sua experiência depois do assassinato em série e sobre como conseguiu lidar com o trauma durante todos esses anos e superar o acontecido.

Ironicamente, o retorno de Sidney à cidade faz com que Ghostface também reapareça para jogá-la de volta em seu pior pesadelo. Se nos três primeiros filmes da série Sidney precisava proteger seus amigos, dessa vez sua família também está no alvo do serial killer.
Pânico 4 é baseado nos outros três filmes. O assassino segue os passos da trilogia "Stab", série fictícia do filme que conta a história do massacre vivenciado por Sidney. Mas dessa vez, o objetivo de Ghostface é fazer uma sequência de "Stab" com novas regras e reinventar clichês, para superar as edições anteriores e superar o terror vivido pro Sidney no passado.


Uma das coisas que diferenciam Pânico 4 das décadas anteriores é justamente a tecnologia utilizada no massacre, como câmeras que gravam os assassinatos e transmissões ao vivo da morte de algumas vítimas por telefone e internet, o que destaca a ideia de nova década, mesmo, de assassinatos mais ousados do que os anteriores.

De resto não se difere muito das outras edições de Pânico. Segue a mesma linha dos outros filmes, nos quais o assassino aparecia logo após fazer uma ligação para sua vítima. Assim como nas sequências anteriores, fica difícil deduzir quem está por trás da máscara de Ghostface, pelo mesmo motivo dos outros filmes (atenção, aqui vai um pequeno spoiler!): não é só uma pessoa por trás do serial killer, o que despista suas suspeitas e torna o longa ainda mais tenso e angustiante.

Além disso, Pânico 4 dosa de maneira inteligente humor e suspense, para chegar em um desfecho completamente inesperado.
Qual é seu filme de terror favorito? Se for a trilogia Pânico, você provavelmente vai gostar ainda mais dessa quarta sequência.

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Links
Trailer legendado - http://bit.ly/hNBTM2

sábado, 16 de abril de 2011

My Jeans - Jenna Rose & Baby Triggy (2010)

Se você esteve online no último mês (principalmente no Twitter), provavelmente conhece o hit "Friday", da Rebecca Black. É uma """""música"""" sobre o quanto a garota esganiçada está feliz pela sexta-feira ter chegado. A letra é péssima, o clipe pior ainda e a voz dela não poderia ser mais caricata. Parece até uma brincadeira, uma paródia, algo assim, e acabou virando um meme, uma piadinha que rendeu montagens e paródias (paródias da paródia, imaginem vocês!) pela internet do mundo inteiro.


Pra quem pensou que isso era o ápice, o cume, o limite da música ruim, aqui vai o meu humilde pedido de desculpas por informar que existe coisa pior, afinal nós estamos falando de internet, e não há nada tão ruim na internet que não possa piorar. E a gente só ficou sabendo disso depois de "Friday", porque um vídeo lançado em 2010 só veio à tona depois do fenômeno de ciberbullying Rebecca Black, e atende pelo nome de "My Jeans" cuja protagonista é Jenna Rose.

O clipe é tão auto-esculhambativo que eu nem precisaria criar essa postagem sobre ele, mas como não saiu nenhum clipe bizarro novo da Lady Gaga (estamos aqui aguardando ansiosamente para esculhambar Judas, Gaga, não demore!), "My Jeans" acabou sendo o que tem pra hoje.

sexta-feira, 15 de abril de 2011

Till the World Ends - Britney Spears (2011)

Direção: Ray Kay

Depois de brigar consigo mesma e jogar tinta de canudinhos presos em seus dedos (sem falar na perda do umbigo) em "Hold It Against Me", Britney Muito-Louca Spears volta a ser notícia dos principais sites de música com o novo clipe do single "Till The World Ends". Clipe que, aliás, pede pra ser devidamente esculhambado.
Tudo se passa em 21 de dezembro de 2012. Você sabe, a data do fim dos tempos, segundo o calendário Maia.
Que inusitado, Britney!


Déjà Vu


Ok, clipe iniciado (depois de uma introduçãozinha bem parecida com a de Hold It Against Me, com data e tudo o mais), você (não) se surpreende quando se dá conta de que o cenário do clipe é nada menos (porque se alguém conseguir pensar em algo pior do que isso, me avisa) do que um esgoto. Os refugiados do fim do mundo se enfiam num esgoto, onde tá rolando a maior balada com Britney Que-cara-é-essa Spears.

Britney Que-cara-é-essa Spears

Todas corre pro esgoto

segunda-feira, 11 de abril de 2011

Rio (2011)

Direção: Carlos Saldanha

Seus pés começam a dançar dentro do cinema antes que você perceba. Assim é Rio, a animação da Blue Sky que estreou em todo o país nessa sexta-feira.
Conta a história de uma arara azul macho, Blu, que foi capturado de seu habitat natural (o Rio de Janeiro) ainda filhote e acaba sendo enviado para Minessota, nos Estados Unidos, onde é adotado por Linda.
Blu cresce como animal de estimação (e como fiel companheiro de Linda) e por isso não aprendeu a voar. Até que um pesquisador de pássaros brasileiro viaja até Minessota e convence Linda a salvar a arara azul da extinção, levando Blu (o último macho da espécie) para reproduzir-se com Jade (a única arara azul fêmea).
Assim, eles viajam para o Rio de Janeiro e a aventura começa.
Não vou contar detalhes da história em si, porque realmente vale a pena ir até o cinema conferir. Mas posso adiantar que a animação é brilhante - tanto em sua genialidade de roteiro quanto em suas cores.
Rio é vibrante, também. O samba se coloca vivo, envolvente, contagiante na trilha sonora. Prepare-se para sorrisos bobos logo na primeira cena do filme, que é uma coreografia muito bem bolada e sincronizada das aves brasileiras, de um jeito que só os criadores de sucessos como A Era do Gelo poderiam produzir. Impossível não querer levantar dentro do cinema e começar a sambar.
Mas não faça isso. Primeiro porque espera-se que você tenha bom senso (haha), e segundo porque você não vai querer perder um minuto do filme, que te envolve de forma mágica e muito divertida do começo até o fim, com personagens fortes e muito amáveis.
Emocione-se e entre no ritmo de Rio, porque vale muito a pena. (Entenderam? A pena... ah, deixa pra lá).

sábado, 2 de abril de 2011

Sucker Punch (2011)

Direção: Zack Snyder


Fui ao cinema hoje gastar preciosos catorze reais (alguém tinha que fazer algo a respeito do preço abusivo do cinema!) para assistir a "Sucker Punch". Bem, nada define melhor o filme do que o título (cuja tradução livre é algo como 'soco idiota'). É, é um filme tão idiota que chega a ser um soco na sua paciência.
Conta a história de Babydoll (!!!),uma garota linda, loira e tão sexy que nem parece de verdade, que acaba de perder sua mãe, e é incriminada pela morte da irmã.
Assim, ela é mandada para uma clínica para deficientes mentais, que na realidade é um bordel.
Até aí o filme é kinda assistível, as cenas são dinâmicas e prometem um longa cativante e bem elaborado, com uma trilha sonora que faz você querer abandonar o filme e chegar em casa logo pra baixar. E é exatamente o que você deve fazer, porque é a única coisa que salva no filme, porque depois disso começa o massacre da sua paciência e boa vontade.
Babydoll se vê obrigada a dançar para sobreviver no hospício-bordel, e se você pensa que isso renderá coreografias incríveis, pode esquecer. Antes mesmo de começar a dançar, Babydoll fecha seus olhos e é transportada para uma batalha meio épica, meio high-tech, cujo objetivo é alcançar a liberdade.
Após descobrir que consegue "hipnotizar" as pessoas com sua dança, a garota desenvolve um plano de fuga e conta com a ajuda de mais quatro amigas (uma delas é a Vanessa Hudgens, pra vocês terem uma ideia do naipe do filme). A partir daí é uma cena paralela de lutas uma atrás da outra, fazendo alusão aos objetos que elas precisam roubar para escapar do hospício (se elas precisam roubar um isqueiro, a cena paralela é sobre elas matando um dragão, coisas assim).
O final é ridículo e faz você querer pedir até mesmo o dinheiro do refrigerante de volta.
Tem tudo pra ser um filme bom, se focasse em uma fuga bem tramada e inteligente, com um pouco de suspense, e não fosse sobre os delírios de uma garota prepotente.
Não vale os catorze reais do ingresso.